Daqui a dois meses já saberemos quem será a mais nova campeã da copa do mundo. Enquanto isso, as apostas se multiplicam. A maioria prefere não correr riscos e apostar nas seleções que já carregam algum título mundial no seu currículo. A minoria aposta na conquista do mundial por um novo país. Nessa perspectiva, a Espanha encabeça a lista das prováveis seleções que possam sair da África do Sul com a mais cobiçada taça.
Nessa aposta, as seleções africanas correm por fora. Mas devemos nos lembrar que motivação não falta para os africanos buscarem os melhores resultados e quiçá a dourada taça. Nesse caso, a realidade pode ser um arqui-rival para a seleção Bafana-bafana e seus “aliados”.
Há pouco tempo, o governo da África do Sul tratou de expulsar das suas ruas e das suas avenidas dois adversários dantescos para os olhos do mundo: mendigos e prostitutas. O governo argumenta que a mendicância assim como a prostituição são crimes e, por isso, trataram de remover os mendigos e as prostitutas a fim de cumprirem algo que já é lei no país. Segundo ONGs, localizadas em Durban, uma das capitais da África do Sul, direitos humanos foram violados nesta iniciativa do governo africano. Para os que foram retirados da rua, o conflito entre sonho e utopia é mais real, mais assustador.
Enquanto os olhos do mundo inteiro se voltam para a esperada Copa, o continente africano vai revelando outras arestas além das do "vencido" preconceito racial. A alegria de um povo que busca harmonia através de cornetas e de danças típicas no estádio de futebol contrasta com a dissonância de tantos conflitos sociais, que estão em jogo há tanto tempo. Os anfitriões ainda não conseguiram quebrar o jejum com outro cobiçado título: o da utópica justiça social.
por Eduardo Tavares
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