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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Onde os fortes não têm vez

É desmedido  o desejo do homem de se superar. Desejo de vencer os seus medos, as cicratizes da história e os dantescos adversários. A copa do África do Sul põe "eternos" vencidos diante de "perenes" vencedores. É neste cenário, quase previsível, que a história me faz lembrar de uma imagem medieval... A roda da fortuna é este símbolo do medievo que dinamiza a interpretação da vida humana. O homem, que está na parte inferior da roda, anseia pelo topo. E aquele que está em cima ou acima de todos não prevê a queda. Mas a roda gira cruelmente e desloca o homem que estava em cima para baixo de todos. E quem ansiava subir, comemora a chegada ao topo. Na história do futebol, foram poucos os momentos em que vimos a roda da fortuna girar vertiginosamente para os grandes. Esses Golias pareciam imunes às derrotas. Eram familiarizados com a glória de sorrir e não com a de chorar.
Quando a França voltou ao inferno de Dante e a Itália também fez o mesmo, estava desenhado um outro cenário possível para o futebol mundial.   Um futebol mais nivelado, menos polarizado.
A batalha entre Davi e Golias foi projetada no mundial de 2010. A Inglaterra tropeçou, mas passou adiante. A alemanha fez o mesmo. E assim ia surgindo Davi a cada partida. Na terra dos leões indomáveis, das girafas e dos elefantes, a vez também estava para as zebras.
O futebol também faz uma nação sonhar com as mínimas glórias.  Países pouco expressivos, no universo do futebol, vão às oitavas-de- final almejando o topo da roda. Lembremos da seleção do Chile, do Paraguai, de Gana, da Eslováquia, do Japão, da Coreia do Sul e de tantas outras. Resta saber quem poderá cair da mais alta previsão. Alguns Golias aprenderão com as derrotas. E como aprendemos com elas. As derrotas nos servem como um espelho cruel, mas provocador. Na África do Sul, a seleção brasileira, a argentina e a holandesa apenas assistiram às quedas dos Golias. Escaparam. Enquanto isso, a roda gira cruelmente contra os arrogantes ensinando lições a cada giro, a cada copa.

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